Entre tantas coisas que ja vi neste mundo uma me chamou muito a atenção. Eu estava sentado em um local a espera de alguem. Neste dia senti algo me dizendo que o que ia acontecer comigo seria um sinal. Não sabia ao certo o que era, somente que alguma coisa naquele dia estava diferente. Eu olhava as pessoas que iam e vinham dos seus afazeres como que tentando entender o que me provocava aquela sensação. Era como se eu estivesse em outro lugar. O tempo foi passando e o dia foi terminando, mas ainda restava a sensação... Voltei para casa e quando cheguei me deparei com uma pessoa que não via a muito tempo. Ela estava me esperando e não me contive quando lhe vi. Seus olhos se encheram de lagrimas e pude ver aí o quanto eu sentia a sua falta. Ela veio ao meu encontro e me pediu perdão. Estava ali um pai recebendo de volta aquela que ele embalara nos braços, que a vira pequena correndo de um lado para o outro, às vezes dizendo baixinho "Papai". Eu nem acreditava que isso estivesse acontecendo, pois há tempos eu não a via. Nós tivemos uma discussão muito forte e ela já com seus vinte e cinco anos não aceitou meus conselhos e resolveu partir. Como um pai que vê ser arrancado dele uma parte, assim aconteceu comigo. Ela se foi e não soube noticias dela até aquele dia. Imagine pra um homem de seus sessenta e cinco anos, já cansado e sem esperanças, de repente ver na sua porta, a sua frente aquilo que ele deixou ir. Não me contive e chorei também, ela estava tão triste e abatida, já não era mais a mesma menina. E eu também não era mais o mesmo pai. Reconheci naquele momento que eu não era mais o mesmo pai. Eu havia me transformado e as feridas que pensei cicatrizadas ainda estavam lá abertas cheias de dor. Me vi sem condições para falar e somente retribui ao abraço querendo segurá-la para sempre perto de mim. Ela se disse arrependida de suas atitudes e que queria recomeçar ao nosso lado. Reconheceu que perdeu tempo e os erros não valeram a pena. A distância havia lhe ensinado o quanto faz falta aqueles que realmente te amam. Eu ouvia tudo atentamente e só via nos seus olhos o que perdi. Nós refizemos nossos laços e eu a acolhi perto de mim. Recebi de volta a filha tanto amada e eu encontrei também aquilo que eu estava esperando. A minha alegria de volta. Agora sou um pai de verdade, não me falta o amor que eu havia perdido. Eu a tenho como a filha que Deus me deu e recebo até hoje dela o amor. Digo isto tudo para que tantos pais que têm seus filhos, os acolham sempre, sempre. Não deixem eles escaparem dos seus braços. Aperte-os firmes e os enlaçem com seu amor. O amor ensina mais do que mil palavras... E a espera pelo retorno é tão longa que os nossos pedaços vão sendo quebrados e espalhados pelo tempo. Não deixem seu orgulho e a falsa autoridade de pai deixá-los perder aqueles que voces amam. Se minha filha não me procurasse eu jamais a veria de novo. Eu me transformei e descobri o verdadeiro amor de pai quando a perdi. Lutem por seus filhos, compreendam suas atitudes e mais do que isso os perdoem sempre...
Que o amor de pais sejam maiores do que seu amor próprio.
De um pai que viveu esta triste condição e ainda a revive no seu passado. Aprendam com minha experiência que não vale a pena viver longe daqueles que voce ama.
Um grande abraço fraternal e obrigado Rosana.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
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